Não é de hoje que o tema propósito está em alta dentro do setor empresarial e do posicionamento de marcas, afinal, surgiram muitas polêmicas recentes envolvendo nomes de grandes empresas com impactos sociais e ambientais. Em consequência disso, partes interessadas têm exigido mais transparências em seus resultados, especialmente os investidores e os consumidores.
Durante o Fórum Econômico Mundial no início de 2020, foi enfatizado a forte tendência de transformar o business as usual que visa lucro a todo custo para modelos com propósito. Mas foi o Covid-19 que abriu a oportunidade de "resetarmos" o modo como fazíamos as coisas, e ter o propósito empresarial claro, agora passou de ser tendência para ser urgência para as empresas que querem sair na frente e serem reconhecidas pelos seus stakeholders.
A noção de sucesso está mudando, hoje não basta ter lucros, a empresa de sucesso tem que crescer sem causar prejuízo social e ambiental.
E passar pela transição de geração de impacto negativo para geração de impacto positivo será preciso ter muitas intenções, PROPÓSITO.
Parece clichê falar da importância do propósito, muitos até banalizam a palavra.
Eu acredito que isso também faz parte da crise de percepção que carregamos a partir de uma visão de mundo materialista e mecânica, e que acabou gerando uma complicação na simplicidade que está por trás da palavra PROPÓSITO.
Em “Comece pelo porquê”, Simon Sinek (2011) explica como Martin Luther King Jr., Mahatma Gandhi e Nelson Mandela foram capazes de conduzir grandes mudanças culturais. O que eles tinham de comum? Eles pronunciaram suas visões com base no por quê, passando para o como, e chegando finalmente ao o quê.
Líderes inspiradores começam primeiro pelo o que acreditam, tornando sua visão de mundo e motivações evidentes. Sinek sugere que assim que conhecemos claramente o por quê, definimos os valores que guiarão nosso comportamento e definirão os sistemas e processos apropriados. O por quê define o como de uma maneira orientada para a ação. Em poucas palavras, por que apresenta um propósito, a causa, o como expressa os valores que guiam as ações e como esperamos manifestar o propósito em ação; e o que diz respeito aos resultados dessas ações.
A falta de POR QUÊ’s ao longo da evolução humana, mais especificamente até no período da 3ª Revolução Industrial reflete nos resultados da crise ecológica que vivenciamos hoje.
Ninguém acorda com a intenção de poluir um rio ou emitir de toneladas de gases do efeito estufa na atmosfera propositalmente.
Começou assim, muitos dos objetivos do crescimento econômico foram atingidos, só que o por quê do crescimento ficou perdido no meio do caminho, e como estávamos fazendo não foi muito questionado.
Agora como líderes de negócio temos que nos perguntar, qual é o propósito de um Reset no design da Sustentabilidade?
Em primeiro lugar, o líder tem que tomar cuidado para não cair na replicação de conceitos vazios, como por exemplo: “O propósito da empresa é garantir o desenvolvimento sustentável.”
A sustentabilidade não é um objetivo final a ser atingido, ela é um meio. A sustentabilidade é o “como” nossas ações serão guiadas de modo atingir o propósito. Para a empresa que quer participar desta transição e sobreviver no mercado, a Sustentabilidade deve ser o VALOR guia para definição das ações.
E como iniciar essa transição? Fazendo perguntas.
Por que minha empresa deve sobreviver às transições de mercado?
Por que o meu produto agrega valor ao consumidor final?
Por que vale sustentar o negócio?
Por que a empresa precisa crescer anualmente?
Por que vale sustentar os recursos ecológicos?
Por que vale a pena sustentar a humanidade?
Sem propósito, não há o que sustentar.
De forma resumida, para encontrar propósitos precisamos fazer mais POR QUÊ’s?
O passo seguinte é o método, e a Sustentabilidade guiará este processo rumo à prosperidade coletiva: da empresa, dos seus stakeholders, da sociedade e do meio ambiente.
Conte com a Mutação Sustentável.
Conheça o nosso propósito no Manifesto - Reset da Sustentabilidade.
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