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O quanto a saúde mental pode estar impactando a produtividade das empresas? 

  • Foto do escritor: Sabrina Mariel
    Sabrina Mariel
  • há 13 minutos
  • 4 min de leitura

A saúde mental está afetando o clima organizacional das empresas e muito provavelmente também os resultados financeiros.

Fica aqui comigo neste artigo que vou contar como as boas práticas de cultura de saúde da P&G do Brasil gerou valor reduzindo absenteísmo e afastamentos pelo INSS.


Antes eu preciso te perguntar, você está ciente que a saúde mental é um risco social de dupla materialidade para a sua empresa?



Isso quer dizer que a produtividade do negócio é impactada pela baixa qualidade de saúde dos colaboradores, assim como o ambiente de trabalho pode estar impactando a saúde mental das pessoas. E podemos enxergar essa correlação se manifestando no macroecossistema, observando os dados econômicos do Brasil compartilhados abaixo.



Em 2024 o Brasil deu um salto de 68% afastamentos por saúde mental.



Foram mais de 470 mil afastamentos de trabalho, onde 76% dos diagnósticos estão em ordem do maior número para o menor: ansiedade, depressão, depressão recorrente e transtorno bipolar.


(Pausa, respira) 💭 Você conhece alguém próximo que se afastou?

Para mais dados demográficos sobre esse levantamento veja aqui.


Na outra ponta, um artigo recente publicado pelo Observatório de Produtividade do Instituto Brasileiro de Economia (FGV Ibre) mostra que após crescer 2,3% em 2023, a produtividade agregada (soma da agropecuária, industrial e serviços) cresceu apenas 0,1% em 2024.





Em função da desaceleração do crescimento da produtividade da agropecuária em 2024 (1,6%), da queda de 0,5% da produtividade da indústria e da estagnação da produtividade do setor de serviços, a produtividade agregada cresceu apenas 0,1% em 2024. Se quiser aprofundar, confira o artigo completo aqui.



É claro que existem outros fatores relacionado a produtividade, mas o desempenho fraco indica que o crescimento do PIB em 2024 foi pelo aumento posição de trabalho e de horas trabalhadas, e não por ganhos de eficiência.

Outro aspecto que pode impactar tanto a saúde mental quanto a produtividade é o aumento de ondas de calor e eventos de clima extremo, como foi o caso das chuvas do RS ano passado.



Tá, e por que esse ponto de vista é importante para as empresas? O que está acontecendo no macro é o resultado da somatória das partes, onde vale a pena olhar para dentro do seu ecossistema e analisar o que pode estar refletindo.

Como fez uma das lideranças da P&G global 10 anos atrás que, analisando os indicadores do Brasil, viram o resultado de alto custos com o plano de saúde e com afastamentos de pessoas, e como havia muitos ruídos de estresse no ambiente de trabalho, questionaram se, as políticas de saúde das unidades fabris do Brasil teriam sido bem implementadas. E aqui eu conecto com o seu case de sucesso. P&G, caso você não reconheça, é uma das maiores empresas globais de bens de consumo, que provavelmente você já consumiu alguma de suas marcas abaixo.




Para direcionar a solução contrataram o médico de trabalho Dr. Fernando Akio para promover a cultura de saúde. E o que o Dr Fernando e seu time fizeram?


O primeiro passo foi escutar as dores e necessidades das pessoas que sentiam sua saúde afetada. Ele se aproximou da CIPA participando das reuniões e formou os embaixadores de saúde, reconhecendo as pessoas que já possuíam hábitos saudáveis como prática de atividades física, alimentação saudável e terapias para participar mensalmente das reuniões compartilhando suas histórias e ganhos do autocuidado para o desempenho da vida pessoal e profissional.


Foram 3 anos de sensibilização dos colaboradores para o autocuidado e desenvolvimento da liderança para criar programas com mais autonomia, mais reconhecimento, que são fatores protetores do ambiente de trabalho para gerar maior satisfação e menos estresses.


E o mais inovador de todos para a época, utilizaram o método Biofeedback, que é um aparelho eletrônico com sensores para medir e monitorar funções fisiológicas do corpo, onde a psicóloga aplica para testar o nível de autogerenciamento do estresse, e os colaboradores passaram por sessões de aprendizagem com técnicas de meditação e respiração consciente.


Não é incrível? Que a solução é de baixo custo porque vem da coparticipação das pessoas e de uma tecnologia inata do ser humano, que é a meditação e respiração?


E sabe qual foi o retorno do investimento para a empresa? Em 9 anos reduziram o afastamento de INSS que gerava um custo de 5,4% da folha de pagamento, para 1,5% - metade da média nacional que é 3%.


Além disso também reduziram o absenteísmo de 4 para 0,8%, melhorando a produtividade e consequentemente seus resultados operacionais e financeiros.


Esse exemplo nada mais é uma gestão ESG coordenada na prática e gerando resultados. Neste caso foram além do comum, reeducaando as pessoas a cuidarem melhor de si mesmas e do ambiente de trabalho, não se limitando em fornecer benefícios e planos de saúde.


Agora, com a atualização da NR 1, as empresas brasileiras terão que incluir a avaliação de riscos psicossociais no processo de gestão de Segurança e Saúde do Trabalho a partir de 26 maio de 2025. P&G Brasil não precisará correr atrás de uma pendencia, esteve atenta ao problema, gerou valor para o negócio e ganhos de bem-estar para seus colaboradores influenciados pela cultura de saúde.


E aí, o que achou desse case? Vale a pena observar o que reflete aí na sua empresa!

 
 
 

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